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Dicas para Negociar Contratos de Franquia: O que Observar nos Termos e Condições

Dicas para Negociar Contratos de Franquia: O que Observar nos Termos e Condições

Abrir uma franquia é um caminho atrativo para empreendedores que desejam operar sob uma marca já estabelecida, com suporte e um modelo de negócios testado. No entanto, os contratos de franquia podem ser complexos, e negociar os termos de maneira adequada é essencial para garantir que você esteja protegido e possa prosperar nesse empreendimento. Aqui estão algumas dicas fundamentais, com exemplos reais, sobre o que observar nos termos e condições de um contrato de franquia.

1. Taxas e Royalties

Um dos aspectos centrais de qualquer contrato de franquia é o pagamento de taxas iniciais e royalties recorrentes. A taxa inicial geralmente cobre o direito de usar a marca, o treinamento e os materiais de apoio. Os royalties, por outro lado, são pagos de maneira contínua, normalmente com base em uma porcentagem do faturamento bruto.

Exemplo:

Franquias como o McDonald’s e a Subway cobram royalties que variam entre 4% e 12% do faturamento. Isso pode impactar significativamente a margem de lucro do franqueado, tornando essencial calcular previamente se a receita projetada será suficiente para cobrir esses custos. Negocie prazos para o pagamento dessas taxas ou reduções temporárias para ajudar no período inicial, quando o fluxo de caixa pode ser mais restrito.

Dica: Negocie taxas escalonadas, principalmente nos primeiros anos de operação, para aliviar o impacto inicial. Em alguns casos, franqueadores podem oferecer isenção ou redução dos royalties nos primeiros meses.

2. Território Exclusivo

O território exclusivo é uma cláusula que protege o franqueado da concorrência de outras unidades da mesma franquia na região onde ele opera. No entanto, nem todas as franquias oferecem essa proteção. Em alguns casos, a falta de clareza sobre essa questão pode levar à saturação do mercado local.

Exemplo:

Franquias como a Cacau Show oferecem um raio mínimo de distância entre unidades para garantir que os franqueados não concorram diretamente entre si. No entanto, marcas como a Subway não garantem essa exclusividade de forma tão rígida, o que pode resultar em múltiplas lojas em uma mesma área, prejudicando o faturamento individual.

Dica: Se o contrato não mencionar a exclusividade territorial, insista na inclusão dessa cláusula ou, pelo menos, na garantia de que a franqueadora irá considerar o mercado da região antes de autorizar novas unidades. Defina também o tamanho do território e como ele será protegido.

3. Suporte e Treinamento

O suporte oferecido pela franqueadora é um dos principais atrativos de uma franquia. Esse suporte geralmente inclui treinamento inicial, consultoria de marketing, e orientação administrativa. O nível de suporte pode variar muito entre diferentes franquias, sendo importante que isso esteja detalhado no contrato.

Exemplo:

A Ambev, franqueadora da marca de cervejarias Chopp Brahma, oferece um pacote robusto de treinamento para seus franqueados, incluindo visitas técnicas, orientação de marketing e suporte logístico. Em contrapartida, franquias menores ou mais novas podem oferecer um suporte mais limitado. Essa diferença pode afetar diretamente o sucesso do franqueado.

Dica: Verifique se o contrato detalha o tipo de suporte a ser oferecido e peça feedback de outros franqueados sobre a eficácia desse suporte. Além disso, negocie a possibilidade de treinamentos adicionais em caso de expansão ou mudanças significativas no mercado.

4. Cláusulas de Rescisão

As cláusulas de rescisão são pontos críticos em qualquer contrato de franquia. Elas definem as condições em que o franqueado pode sair do contrato antes do fim do prazo, bem como as penalidades associadas. Em muitos contratos, romper o contrato antecipadamente pode acarretar multas pesadas e outras consequências financeiras.

Exemplo:

Em contratos da rede de cafeterias Starbucks, o franqueado que decide encerrar a operação antes do término do contrato pode ser obrigado a pagar uma multa com base nos royalties futuros estimados. Já franquias menores, como a Sodiê Doces, podem oferecer mais flexibilidade, permitindo a revenda da unidade com menos restrições.

Dica: Negocie cláusulas de saída mais flexíveis e tente incluir condições que permitam uma rescisão sem penalidades em caso de baixo desempenho comprovado do negócio. Além disso, verifique as condições de revenda da franquia, caso você queira passar o ponto para outro empreendedor.

5. Cláusulas de Não-Concorrência

Muitas franquias incluem cláusulas de não-concorrência, que limitam a capacidade do franqueado de abrir ou operar um negócio similar por um determinado período após o término do contrato. Essas cláusulas podem variar em termos de duração e abrangência geográfica.

Exemplo:

A franquia O Boticário exige que, ao encerrar o contrato, o franqueado não opere um negócio similar no mesmo ramo de cosméticos por um período de até 2 anos, em um raio de 10 km. Isso impede que o ex-franqueado utilize o conhecimento adquirido para concorrer diretamente com a franquia.

Dica: Negocie essa cláusula para que ela tenha um escopo geográfico e temporal razoável. Caso o raio ou o período sejam muito longos, isso pode prejudicar sua capacidade de abrir um novo negócio no futuro.

6. Propriedade Intelectual

O uso da marca, dos logotipos e de outros materiais de marketing é um dos principais ativos de uma franquia. No entanto, o contrato deve ser claro sobre as condições de uso da propriedade intelectual e sobre possíveis mudanças futuras nos materiais ou na identidade visual da marca.

Exemplo:

Franquias como a Havaianas são muito rigorosas quanto ao uso de sua identidade visual. As lojas franqueadas precisam seguir estritamente as diretrizes da marca e qualquer alteração só pode ser feita com a aprovação da franqueadora. Por outro lado, franquias menores podem permitir mais flexibilidade no uso dos materiais da marca.

Dica: Certifique-se de que o contrato é claro sobre o uso de materiais de marca e negocie para que atualizações ou mudanças na identidade visual não gerem custos excessivos para o franqueado.

7. Obrigações de Investimento e Renovação

Além do investimento inicial, muitos contratos de franquia exigem que o franqueado realize reformas periódicas, compre novos equipamentos ou invista em campanhas de marketing específicas. Esses custos podem ser significativos e devem ser considerados no planejamento financeiro.

Exemplo:

Franquias como a Kopenhagen exigem que os franqueados façam uma reforma completa na loja a cada cinco anos para manter o padrão visual da marca. Esse tipo de exigência pode representar um custo elevado para o franqueado.

Dica: Negocie para que os custos de reinvestimento sejam proporcionais ao tamanho da operação e, se possível, diluídos ao longo do tempo. Isso evitará um impacto financeiro grande em um único momento.

Conclusão

Negociar um contrato de franquia não deve ser feito de forma apressada. Cada detalhe dos termos e condições pode impactar diretamente o sucesso da operação. Desde taxas e royalties até suporte, cláusulas de rescisão e territórios exclusivos, tudo deve ser analisado cuidadosamente. Estar bem informado e buscar a ajuda de especialistas, como advogados especializados em franquias, pode ser a diferença entre uma parceria de sucesso e um investimento com riscos não calculados.

A chave é garantir que o contrato seja justo, equilibrado e proteja seus interesses a longo prazo, permitindo que você foque no crescimento e desenvolvimento do seu negócio dentro do modelo de franquias escolhido.

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